Principais Resultados Valor Acrescentado

• Crescimento consistente do valor acrescentado dos associados de 2.7 milhões para 2.9 milhões de euros.

– O valor acrescentado médio dos associados é muito maior que o do setor (começa por ser o dobro em 2014, mas vem reduzindo desde então)
– Esta diferença indicia que os associados são empresas que aportam mais produto que a média do setor, mas esse produto assenta sobretudo em mão de obra, porque retirando os custos salariais, os valores de rentabilidade chegam-se a inverter-se.

• De novo aqui, se evidencia algum intensidade do fator trabalho
entre as empresas associadas, em comparação com a generalidade do setor.

Em 2017, nota-se uma redução da produtividade dos trabalhadores, com uma redução do VA por trabalhador de aproximadamente 8%.
– Este valor foi constante entre 2014 e 2016, tal como o número de trabalhadores.
– Em 2017 o número de trabalhadores aumentou 12% enquanto o VA
aumentou apenas 4%.

Os custos salariais vêm-se reduzindo por trabalhador.
– Explica-se pelo recrutamento de novos trabalhadores com salários de entrada abaixo da média do setor (o maior aumento do número de trabalhadores registou-se em 2017, ano em que os custos salariais por trabalhador registaram também a maior descida)
– O peso da massa salarial em percentagem das vendas manteve-se, o que indica que a baixa dos salários foi compensada pelo aumento do número de trabalhadores

A comparação ente os associados e o setor parece indicar que os associados apostam o seu crescimento em:
– recrutamento de mão de obra menos qualificado (os salários são muito mais baixos e em quebra)
– e quebra de produtividade dessa mão de obra, apesar de níveis de valor acrescentado mais elevado.

• Muitas vezes, este tipo de evolução (em comparação com a generalidade do setor) é coerente com menor velocidade de introdução de inovação e de novas tecnologias.


• Alternativamente, pode haver aqui uma maior capacidade de recrutamento de pessoal a preços competitivos (tendência que se tem
verificado na economia como um todo) e que terá levado os associados a contratar mais mão de obra que a generalidade do setor, onde poderão prevalecer empresas de menor dimensão e com características ligeiramente diferente, como veremos ulteriormente.

• O ciclo de caixa apresenta valores preocupantes mas em 2017 apresenta ligeiros sinais de melhoria em todas as suas componentes.
– O prazo médio de recebimento é de mais do que 100 dias, não apresentando sinais de melhoria.
• Este tipo de situação é consistente com clientes provenientes de empresas de construção e obras públicas.

• O setor apresenta valores bastante mais preocupantes, sobretudo devido ao prazo médio de recebimentos que é de aproximadamente 6 meses.
– O prazo médio de existências é muito elevado, pouco inferior a 90 dias, indicando uma rotação de inventários muito reduzida.

• Este valor tem aumentado nos últimos anos.
– O prazo médio de pagamentos é também altíssimo (superior a 140 dias), mais do que suficiente para compensar o atraso de recebimento.


• O prazo médio de pagamentos tem aumentado consistentemente o que denota poder negocial elevado junto dos fornecedores.


• Por outro lado, nesta ordem de grandeza, puxar por estes valores, pode comprometer a cadeia de fornecimento existente.

Também aqui se verifica, tal como no setor, que estas empresas servem de almofada de atrasos de pagamentos na cadeia de valor, absorvendo ainda assim um valor menor que o do setor.
– As enormes implicações do ponto de vista de gestão de tesouraria vistas atrás mantêm-se, com alguma atenuante pelo facto destas empresas aparentarem maior poder negocial junto de clientes e fornecedores.
– Esta diferença de situação em relação ao setor também se reflete numa melhor estrutura do passivo, com menor necessidade de financiamento externo.
– Não obstante, os mecanismos de poder negocial existentes devem ser usados com alguma precaução, quando se atingem estes valores. A subida de preço aos clientes para compensa atrasos de recebimento tem evidentes limites, sobretudo no que toca à exportação, onde o mercado é mais competitivo. O atraso de pagamento a fornecedores tem também limites num setor onde a competitividade dos associados pode ter alguns problemas como vimos na dimensão da mão de obra.

Uma última nota para mencionar que as taxas estimadas de incobráveis são bastante altas e superiores à media do setor. Ainda assim, nota para a melhoria consistente destes valores entre 2014 e 2017.