Crescimento consistente do valor acrescentado do setor de 1.3 milhões para quase 1.7 milhões de euros.
– Damos maior relevo ao crescimento consistente do VA que ao seu valor absoluto
– A projeção do VA calculado aqui aponta para um valor próximo de 1% do PIB nacional, mas…
• Como indicamos atrás, a abrangência da amostra pode levar à sobrestimação deste valor.
• Por exemplo, não encontramos nenhum indício de que este valor reflita o crescimento do contributo do setor identificado em 2009, pelo que nos parece haver um claro indício de inconsistência nas amostras dos dois estudos.
Nota-se um acréscimo significativo da produtividade dos trabalhadores, com um aumento do VA por trabalhador (10% em 3 anos!)
– Excelentes notícias, porque não é feita com redução do emprego (pelo contrário! Não há, por isso, aqui uma substituição evidente de homem por máquina!)
• Por outro lado, os custos salariais vêm-se reduzindo por trabalhador.
– Explica-se pelo recrutamento de novos trabalhadores com salários de entrada abaixo da média do setor
– O peso da massa salarial em percentagem das vendas reduziu-se, o que indica que a baixa dos salários não foi compensada pelo aumento do número de trabalhadores
Este efeito indicia que as empresas têm conseguido trabalhadores a valores mais acessíveis.
– Nas entrevistas, foi mencionada a dificuldade de retenção de talento para quem tivesse maior especialização. Esse tipo de trabalhador altamente
qualificado explica o aumento da produtividade. Mas o seu número médio por empresa deve ter-se reduzido, em face do que se observa nos custos salariais.
– Este é um fenómeno típico de spin offs (ou seja, quadros técnicos a criarem novas empresas).
O ciclo de caixa apresenta valores alarmantes!
– O prazo médio de recebimento é de cerca de meio ano (!), com tendência para melhoria, mas muito lentamente.
• Este tipo de situação é consistente com clientes provenientes de empresas de construção e obras públicas.
– O prazo médio de existências é razoavelmente baixo indicando uma rotação de inventários bastante alta.
• O valor é estável, como é normal, porque decorre de procedimentos operacionais razoavelmente incompreensíveis.
– O prazo médio de pagamentos é também altíssimo (perto dos 4.5 meses), mas insuficiente para compensar o atraso de recebimento.
• O andamento prazo de pagamento vem de certa forma seguindo o andamento dos prazos de recebimento, o que explica a estabilidade do ciclo de caixa.
O setor serve de almofada de atrasos de pagamentos na cadeia de valor, absorvendo quase 3 meses de atrasos.
– Este efeito tem uma implicação enorme do ponto de vista de gestão de tesouraria, acarretando um peso financeiro substancial sobre a gestão corrente das empresas. Este peso atribui ainda mais mérito ao esforço de reestruturação de passivo observável na empresa média.
– Uma solução para este problema costuma ser a subida de preços aos clientes que demoram a pagar. Das entrevistas ficou a indicação que as condições competitivas do setor permitiam este expediente. Sendo compreensível, ele pode protelar comportamentos de atrasos de pagamento, num efeito bola de neve que não tem retorno. Não parece ser este o efeito generalizado, mas fica o alerta.
Uma última nota para mencionar que as taxas estimadas de incobráveis são bastante altas. Ainda assim, nota para a melhoria destes valores para níveis já abaixo dos 2% das vendas a partir de 2015.